quinta-feira, 24 de junho de 2010

Debajo del viento



desdibujo un rosto que no existe
los quehaceres de un baúl gigantesco
ancestral obscuridad de un ser que no es
que llevamos a cuestas como el tránsito de una noche
                                                               [inexpugnable,

que al salir de sus marañas se estremece
al querer evadirse se evapora
al dejarse atrás se adentra en otra oscuridad
en otra bruma
en otra noche
que cuanto más aclara más anubla
más pregunta
más opaca;
pesadillas
sueños de pesadilla

apariciones sueños
de apariciones filtran un tañito monótono

y quieren dejar atrás
                y olvidarse:

se fugan
desertan, escapan

asoman debajo del viento

y no hay nadie:

          ni presencias
                  ni olvido
                        ni búsqueda

sólo la penumbra
que cubre papeles dispersos

sólo un parloteo de incendios frágiles
y vericuetos

sólo los grillos
          despiertos
y la rutina que se acomoda
en la floresta

la luna
el frío
el viento...

¿se puede ser feliz?

in Los rumbos del viento
Álvaro Mata
(Costa Rica)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Pontos de vista


Um dia um professor de filosofia entrou na minha sala e, como quem não sabe o que faz, agarrou na sua cadeira e pô-la em cima da mesa. Falou à turma dizendo: " Agora provem-me por escrito que esta cadeira não existe."


Surpreendido, escrevi apenas duas palavras: "Qual cadeira?"

terça-feira, 1 de junho de 2010

Baralhar (teus) sentimentos


Vá, não inventes!
Quero agarrar na tua vida e
baralhar, ser a mão que te pega e
agitar o dia a dia que passa.

A meio do quarto ser
intruso, o Ás de copas que agora
uso, entre a dama de espadas
pôr um pó de sentimento sem abuso.

Depois o Valete que com espadas
surgiu, rasgar a proposta que ninguém
ouviu, dizer ao ouvido sem intenção
que sou aquele que ninguém viu.

Entre as voltas do oito
amizade, há muito que ponderei dizer-te
a verdade, gosto de ti mais do que
devia e mais do que me permite a honestidade.

No final com todo este
baralho, tremem o mindinho e polegar
como galho, sussurro entre passos de mágica
que me vou embora se atrapalho.


Diogo Miranda
1/Jun/2010