
Apetece-me escrever...
descer do alto do meu quarto andar,
pular a janela,
sentir o vento e voar…
Sentir a brisa que me atrai,
passar dum estado estático,
voar...e voar...
largar o certo e matemático,
viver para além do certo,
rodear-me por sorrisos,
perpetrar o incerto.
Quero ser inspiração para quem sufoca,
ser o ar de quem baqueja,
sentir a boca de quem deseja,
uma vida de sentimentos louca.
Mas nem eu tenho certezas,
sou gigante num minuto,
crente de confianças e rezas,
e surpreendentemente um puto.
Abomino as dúvidas da vida, mas...
rejubilo com os seus trilhos e caminhos,
perdendo-me em suas correntes e marés,
fechando os olhos...com carinhos,
perco-me e ajoelho-me a seus pés.
E deixo-me levar...
Deixo apenas que viva...
A onde me levar meu sentimento,
acreditarei na certeza da minha decisão,
será sempre ela o discernimento,
que orienta o meu coração...
Do orgulho que me torna pessoa não desisto,
mas rejeito que me bloqueie as artérias,
desafogo para o meu sangue... e desisto...
não compreendo o que sinto... e tiro férias.
Levanta-se o vento frio e empurra-me...
Esbarro nas costas do corpo que deixei,
e de novo em mim entro,
abro os olhos e ganho...
para o resto da vida... novo alento...
Mordisco os lábios...
Saudade...
Diogo Miranda
8/Out/2008