sábado, 26 de dezembro de 2009

Não sou, senhor ....



Fecho os olhos e adormeço,
À volta a vida e eu,
Já não estou, aconteço
Perdendo-me no ar, eu…

Dói aqui um pouco,
Quando árvores murmuram ao vento,
Contando segredos de mim,
Roubando à luz o talento.

Na cabeça o barulho,
A auto-estrada de ideias e marés,
Não se pára para ver,
Segue-se de joelhos ou a pé.

- PARVO!
…não sou senhor…

- PARVO!
…quem me dera não ter dor…


Abra-me a porta de saída,
Aponte-me o dedo, torne-me fraco…
Cure-me esta minha ferida,
Deixe-me viver de novo, eu pago…

Dou a vida a Marte,
Faço do céu um amigo,
Voo entre as águas
E levo o sol comigo…


- ÉS PARVO!
…e eu a insistir na vida…

- NÃO VÊS?!
…tenho a alma perdida…


Com que direito poderá
O sol deixar a sua luz?
Separar-se e deixar a lua!
Quando foi nela que a alma pus…

Dói porque sinto rei dentro de mim, eu serei um dia, quero porque árvores em ti sinto dor de criança foge à morte que a sorte a mim deu um dia que eu serei o que o sol e a lua quem quiser que dia… um rei serei um dia…

Diogo Miranda

7 – Fev – 2009

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