segunda-feira, 12 de abril de 2010

Puto Boémio



Ano após ano,
Mudanças efectuadas são sentidas em vidas banalizadas.
Chegam às praias como grãos de areia,
Em milhões de ideais…
Por vezes em cadeia.

Sentam-se uns divagando horizontes,
Enquanto outros caminhando
Explanam suas dores entre pontes,
Como viajantes errantes lacrimejando.

São reflexos ganhos de dinheiros
Que bloqueiam veias de diversão,
E chegados um dia às praias, devaneios
Correm e saltam de livres que são.

Pena é que durante um ano se enclausurem,
Para em quinzenas fortuitas se banharem
De uma alegria que não usufruem,
Por escravos da sociedade serem.

Nestas praias de incansáveis viajantes da rotina,
Existe um que se deita de face para o céu,
Retendo seus sorrisos fugazes na retina,
E sorrindo por existir sem da vida ser réu.


Puto franzino que se deleita,
Com inúmeras ondas do mar,
Seus princípios ele respeita,
No seu incansável despertar.

Abdicou de vida mundana e banal,
Para viver sem moeda de troca,
Vive sozinho num grande areal,
Solto e livre como uma gaivota.

É boémio da vida que escolheu,
Traça dia a dia pegadas na sua liberdade,
Apagadas com o encher da maré,
Num novo amanhecer vê nova oportunidade.

Este é vivã!
É o símbolo de um apregoar de satisfação.
Ele grita…
Corre…
Sonha…
Vive…
Incessantemente…
Sempre do mundo diferente…


Diogo Miranda
9 – Abr – 2008

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