quinta-feira, 15 de abril de 2010

Palavras Cruzadas



Trocadas as palavras e acordado o pacto,
Flúem agora expressões para o ar,
Apenas sentidas na expressão do olfacto,
Com cheiro verdejante de primaveril pomar.

Soltas nos cabelos do vento incerto,
Baralhadas em simplicidades mundanas,
Carecem apenas de sentido concreto,
Vertiginosamente tombadas sem canadianas.

Nas estrelas, no céu, nas projecções divinas,
Badaladas rimas ferem os corações,
Dos eloquentes vivãs das luzes citadinas,
Daqueles que sentem todas as orações.

Rabiscam descrevendo o que lhes vai no peito,
Suas veias penetradas ou sistemas pulmonares,
Vão e afogando-se perdem o respeito,
Porque em brancas folhas encontram seus lares.

A todos palavra minha de idolatração,
Sentida vénia de reconhecimento,
Neles crio fulgorosa relação,
Concretizada em aperto de cimento.

Polvorosa miscelânea de vertiginosas pessoas,
Incidem e decaiem em abismos de amor,
Calam-se ateus de vivências tão boas,
Guardando e sofrendo num misto de dor.
Sensibilidades que se cruzam para os que não sentem,
A estes sentido nunca antes atribuído,
Pois a nós, eloquentes, não interessam os que mentem,
Antes os que no peito têm amor imbuído.




Diogo Miranda
12 – Mar – 2008

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