quarta-feira, 14 de abril de 2010

Resumo de (quase) um ano



Acho e até me vejo
Como uma pessoa fútil,
Alguém que eu praguejo
E rotulo de inútil.

Nada disso, direi eu!
Sou amplo e forneço alegria,
Para muitos sou apogeu
Para outros companhia.

Nisto entras na vida tu,
De rosto e cara tapada,
Depressa deixas a nu,
E penetras na minha fachada.

Desvendar teu mistério é fábula,
Que mil tormentas trará,
Difícil como uma rábula,
Mas que suponho sorrisos trará.

A meio da estrada parei,
Reflecti em tudo o que tive,
E ao ver que muito ganhei
Voltei à luta e a respiração contive.

Nunca com isto sonharia,
Nem sem bem o que aconteceu,
Pensei que um dia te conquistaria,
Mas depressa o sonho se desvaneceu.

E acordei nesta realidade sombria,
Em que a distância se impunha,
E tudo o que eu queria,
Tomou “sonho” como alcunha.

Esperar agora é distanciar
Do vínculo do que me faz feliz,
Porque ter-te ao pé a respirar
Foi tudo o que sempre quis.

Diogo Miranda
27-fev-08

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