quarta-feira, 31 de março de 2010

Eterna Simplicidade



Não sinto nem sei,
Em que alma pousei
Sem razão para o fazer
De manhã ao anoitecer.

Rasgo folhas soltando gritos,
Das palavras e versos aflitos
Vivem sedentas as versões
De infinitos verões.

Que passam sempre de Outono,
A Inverno no seu trono,
Resplandecendo a Primavera,
E voltando a verão sua quimera.

Assim conto dias,
Perco soluços e mãos vazias,
Ganho muitos eternos minutos
Que são tão pouco resolutos.

E em caixão final de vida,
Traduz-se inglória investida,
Levo apenas dias e horas
E deixo-te cá fora, tu que choras.

Mas eterno serei nas memórias
Contando inúmeras infrutíferas glórias,
Em linhas que não desvendo,
Deixando ao acaso e não percebendo.

Diogo Miranda
25-01-08

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