Não sinto nem sei,
Em que alma pousei
Sem razão para o fazer
De manhã ao anoitecer.
Rasgo folhas soltando gritos,
Das palavras e versos aflitos
Vivem sedentas as versões
De infinitos verões.
Que passam sempre de Outono,
A Inverno no seu trono,
Resplandecendo a Primavera,
E voltando a verão sua quimera.
Assim conto dias,
Perco soluços e mãos vazias,
Ganho muitos eternos minutos
Que são tão pouco resolutos.
E em caixão final de vida,
Traduz-se inglória investida,
Levo apenas dias e horas
E deixo-te cá fora, tu que choras.
Mas eterno serei nas memórias
Contando inúmeras infrutíferas glórias,
Em linhas que não desvendo,
Deixando ao acaso e não percebendo.
Diogo Miranda
25-01-08
Sem comentários:
Enviar um comentário