terça-feira, 16 de março de 2010

Sair em Liberdade



Conjugar-te no pretérito perfeito,
Assim o farei mais tarde ou mais cedo,
Deitar-me-ei então em meu leito,
E nele chorarei o meu medo.

Em leito descansado com meu mito,
Nada mais profetizarei então,
Comigo jaz minha força e meu grito,
E neles cada bater do meu coração.

Penso agora que nada faz sentido,
Procura eterna de felicidade em vão,
Fui expulso da beleza do Olimpo,
Por força exterior de furacão.

Nada mais sei que pensar…
Sentir…
Voar…
Lutar…
Ou sorrir…
Pára! Vai devagar…
Dizes-me entre lábios num sorriso.

És miúda e não te quero cortar asas,
Nada melhor há que voar e ser livre,
Mas enquanto o meu peito vazas,
Retiras-me algo que eu nunca tive.

Mas tu és pomba com vontade de sair,
És criança que gatinha e que explora,
Ainda não está no momento de intervir,
Mais vale resignar-me e ir-me embora…

Vou de consciência tranquila…
Cabeça levantada…
Peito aberto…
Cara lavada…
Sentimento desperto…

Vou…deixar-te livre como uma aurora…
Vou deixar-te viver e vou-me embora…

Porque eu amo liberdade…
E o resto tu já sabes,
Disse-te uma pessoa que amas de verdade.

Eu vou voar noutro céu,
Vou deixar de importunar teu futuro,
Vou deixar de ser réu,
E esperar por um sentimento (teu) mais puro.


Diogo Miranda
1 – Abr – 2008

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